
Queria ver Hamlet, mas vou esperar a Escola de Teatro da UFBA fazer uma adaptação menos custosa pro meu bolso. É que Wagner Moura é uma estrela global muito grande pra caber no meu orçamento. Agora, me diz, se a peça é praticamente ele e se há poucos recursos cenográficos o ingresso caro se explica por qual motivo mesmo? E, pra completar, já nem simpatizo mais tanto com ele. Primeiro, ele faz aquela propaganda tosca para o banco mais COMPlicado do país. Meu lado xiita nunca veria isso com bons olhos - ainda que meu lado paz e amor diga que é bobagem e que se não fosse ele seria outro. Ok, mas é ele. E logo em seguida ele vai pra Brasília querer acabar com a meia estudantil da galere classe média que ainda aposta na cultura. O argumento vergonhoso é que há muitas fraudes, o que torna o espetáculo caro, etc. Tá, alguém já se deu ao trabalho de pensar porque a maioria das pessoas fraudam? Se eles lessem um pouco mais sobre condições materiais de existência, se retirassem os olhos por dois segundos das bolsas Chanel e se parassem de comer a Daslu com tudo que existe dentro, talvez percebessem que não são só as favelas que concentram os bolsões de miséria do país - mas também a classe média,candidamente sentada no seu Tok&Stok, e afundando desastrosamente em dívidas.
Daí, o engraçadinho diz que quer limitar pra 40% a venda de meias. No Brasil, é o mesmo que acabar, né minha gente? Afinal pra ter esse percentual garantido seria preciso trabalhar minimanete com idoneidade e fiscalização séria. E diz a nossa condição histórica de existência que isso nunca nos pertenceu.
Como todo Wagner, esse também está jogando no time errado.
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