John Fante é tão interessante, agradável e inteligente quanto John Steinbeck. Stuart Hall falou sobre a identidade cultural na pós-modernidade da maneira que eu acho que todos os intelectuais sérios devem fazer. João Bosco está aqui cantando incontrolavelmente O Ronco da Cuíca e uns sambas tão bons que não entendo com alguém não gosta dele. Já não seria motivo suficiente ter escrito O bêbado e o equilibrista? Enquanto essas coisas se sucedem fico perguntando como é que vou conseguir me livrar do encargo de 182 reais que Barack Obama está cobrando de mim (sim, sou importante) através do Citigroup (cujo pertencimento é praticamente do governo americano) por meio do Citibank que por sua vez se utilza do famigerado Credicard, com a bandeira Visa, e que tem um cartão específico para Universitários desavidados que contavam com o salário dos pais para pagar sua contas (sim, sou pior que uma ameba). A cada 100 reais que pago, eles cobram 182 de encargos na próxima fatura. Eu realmente perdi o controle e não sei como me livrar do cartão de crédito honradamente, se é que me entendem. Eu me sinto exatamente como qualquer pessoa que se dê o trabalho de fazer leituras críticas do mundo se sentiria vendo o que está sendo posto: desesperado. Sim, porque de um lado Barack Obama, tá soa exagerado? Então, de um lado o Citigroup, a beira da falência e dependente das generosas quantias do governo americano que enfia dinheiro na empresa e rouba os cargos executivos mais importantes, e do outro lado, eu, um deus de bermuda e pé-de-chinelo, reizinho nagô sem terreiro. Se Hall disse que a globalização ao comprimir espaço-tempo relativiza as identidades culturais, imaginem o que eu diria sobre o que acontece com a dignidade humana quando a globalização decide comprimir financeiramente os neosuperpobrinhos como eu? É tão ruim que nem vontade de beber sexta a noite a gente tem. Sentiu a gravidade?
Foto: Na divisão internacional do trabalho, eu já sei muito bem qual é meu papel. A questão é: dá pra trabalhar num lugar menos quente e longe dos meus pais?
Foto: Na divisão internacional do trabalho, eu já sei muito bem qual é meu papel. A questão é: dá pra trabalhar num lugar menos quente e longe dos meus pais?
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