Acho que ninguém deveria levar a sério um blog que vive às moscas, de conteúdo irrelevante e cujo dono coloca uma foto como essa pra se identificar. Acontece que é assim mesmo que eu quero continuar. Já deu tudo errado em todos os meus planos. Sim, porque se eles tivessem êxito ou, pelo menos, tivessem dados sinais de que estavam se encaminhando, eu dificilmente estaria escrevendo num blog pra ninguém. Mas isso é bobagem. As coisas não foram feitas para darem certo. Escolhi um curso que acreditava ser incomparável a qualquer outro e uma profissião que me daria a chance de viajar, conhecer pessoas, trabalhar longe de escritórios e ganhar um salário capaz de pagar minhas despesas e vaidades. Em menos de 1 ano, a gente aprende que viajar pode ser uma encrenca, que as pessoas não são boazinhas e são quase sempre desinteressantes e que trabalhar em escritórios, ao menos, garante o conforto de um ar-condicionado. Ontem, Leandro Fortes me convenceu de que eu não posso ser jornalista. Não posso, sabe? Até seria entristecedor ver alguém perder 4 anos de sua vida em algo que, no final das contas, só vai possibilitar se afastar dela. Eu não posso ser jornalista. Perdi os idealismos, perdi a paciência pra entrevistar pessoas vazias e burras, não tenho a menor vocação pra escrever sobre receita de bolo, tendências da moda, as táticas de Dunga, escandâlos de corrupção ou sobre a fome no Piauí. Mais do que uma questão de tempo pra assumir essas coisas, era uma questão de coragem, de admitir que escolhi errado - ainda que não tenha tido escolhas. Sei que não posso recomendar nada do livro (Jornalismo Investigativo) porque a exceção de algumas histórias boas de bastidores o restante seria inútil para o público comum, ou seja, para não estudantes de jornalismo. Em cada página eu desenhava as formas de escapar daquilo, da vida de jornalista, das presepadas sem sentido, da rotina estressante, do salário de fome, etc. Daí que eu conclui que poderia largar a faculdade, suportar um cursinho com aqueles professores semi-ignorantes, passar em outro curso e desistir depois de 3 anos e meio. Sim, porque meu problema não consiste na dúvida do que fazer, mas em como fazer. Porque é esse eterno "como faz" que me deixa absorto, inerte, pensantivo e um pouco sem coragem. Em alguns anos, dois no máximo, quero morar sozinho. Isso implica em ter dinheiro suficiente pra bancar viagens no final do ano, cursos de idioma, conta de água, luz, condomínio, aluguel, transporte, alimentação, livros, cinema, teatro, shows, roupas, e todas aquelas despesas extras que a vida se encarrega de nos dar. Entendem minha preocupação? Tenho que saber como fazer isso conciliando com a clara repulsa que adiquiri de minha profissão aliado a minha convicção de que mudar de curso em busca de outra profissão adiantará em muito pouco. Assim é que estou em busca de concursos públicos. Assim é que penso em fazer a prova do Rio Branco e começar a estudar esse ano. Assim é que vou disparando soluções pra todos os lados, porque o fato das coisas não serem feitas pra dar certo não implica no fato delas sempre darem errado. E é nesse pequena esperança que eu me apóio.
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Se eu não ganhar dinheiro logo, quando é que voltarei pra Bariloche?
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