sexta-feira, 28 de agosto de 2009

No topo do mundo, nas profundezas do desespero


Desiti de todas as matérias que prometiam tornar meu semestre promissor. O primeiro alvo foi Ciência Política. Passei pra Comunicação e Contemporaneidade e, logo depois, a minha matéria preferida sobrou. Fique em paz Sociologia do Conhecimento. Aqui jazz um penúltimo semestre de graduação.

Se eu fosse #Goethe, essas decisões sucessivas poderiam ser sintetizadas num único apelo: "Quem, de três milênios não é capaz de se dar conta,vive na escuridão, na sombra,à mercê dos dias, do tempo". O dia em que eu me deparei com essa citação no sempre controverso O Mundo de Sofia, cometi um delito: roubei pra mim. Fui me apoderando dela, juntando as mãos com força, segurando, espremendo, sufocando-a. Só pra ter certeza, aperto diariamente. Foi olhando distraidamente o meu rígido calendário cheio de Universidade que repousei a mão no interior do bolso direito e retirei dele o bicho. Arreganhava os dentes na minha direção alucinado por destruir minha cara e deformá-la: "Quem, de três milênios não é capaz de se dar conta,vive na escuridão, na sombra,à mercê dos dias, do tempo". Apertei-o com força. Urrou, expôs a língua. Quem, de três milênios não é capaz de se dar conta,vive na escuridão, na sombra,à mercê dos dias, do tempo. É um processo. Uma obra de Kafka, sim. Dar-se conta. Ali enterrei a minha lógica torta e desetimulante. Risquei as coisas medíocres, consumidoras de tempo.

Livre paras piores decisões. Dar-se conta. Todos os dias.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

BIO


Se pão ou pães é questão de opiniães

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Coisas


Num desespero básico de quem não tem dinheiro para comprar livros novos, reli o que eu mais critiquei e que mais odiei desde que abandonei Borges, Coisas Fragéis, do Neil Gaiman. Pra não dizer que eu realmente entendo muito menos de literatura do que eu gostaria, firmei a convicção de que só mesmo estando coma cabeça na Noruega e num projeto malfadado de fazer coisas exóticas em terras geladas eu poderia fechar o livro de Gaiman e ameaçar entregá-lo a um sebo sujo pela quantia miserável que algum espertinho oferecesse. Náusea e aversão somadas a prejuízo. Isso porque o fato de realmente acreditar que o mesmo livro pode trazer perspectivas completamente diferentes se lidos em diferentes épocas da vida, não me faz necessariamente reler as histórias toda vez que eu acho que algo mudou em meu cotidiano. Imagina passar a juventude inteira lendo Sidney Sheldon e outras coisas toscas que me mandavam ler na sexta série?
Quer dizer, não é que eu tenha lido apenas um excelente livro. Economizei, descobri um ótimo autor e agora estou completamente tomado pela possibilidade de reler Ficções - tá exagero.

P.S.: Minha gente o que aconteceu com meus amigos e conhecidos classe A e B? Até agora não ouvi um único comentário sobre o Cirque Du Soleil. Nada. Nenhuma foto no orkut ao lado de um malabarista, nenhuma legenda "Eu e a equilibrista linda", ou as imagens dos ingressos, ou..Nada.
Algo de esquisito aconteceu porque eu tenho certeza que a riqueza daqui continua cafona, desmiolada e axezeira.
P.S.2: E eu falo isso porque queria saber alguma coisa sobre o espetáculo.
P.S.3: Na verdade, eu falo isso porque queria ir.